quinta-feira, 26 de abril de 2012

Prémio Grémio Literário 2011 atribuído aos restauros do Palácio de Monserrate e Chalet da Condessa d’Edla


Os projetos de restauro do Palácio de Monserrate e Chalet da Condessa d’Edla, cofinanciados pelo fundo EEA Grants, receberam o Prémio Grémio Literário 2011. O galardão foi entregue a 18 de Abril, na sessão comemorativa do 166º aniversário do Grémio Literário. "A seleção destes dois projetos para atribuição do prémio 2011 prendeu-se com a qualidade das intervenções e o papel da Parques de Sintra (PSML) na defesa e valorização do património construído em Portugal", afirma a empresa.

Foram também atribuídas Menções Honrosas, nomeadamente ao Arquiteto José Maria Lobo de Carvalho (pela investigação e projeto de arquitetura da recuperação do Chalet da Condessa d’Edla), entre outros. Este Prémio anual foi instituído pela primeira vez em 1966 e reinstituído em 2006, e é destinado a distinguir obras culturais originais de autores portugueses realizadas, publicadas ou produzidas no decurso do ano anterior. São consideradas obras de criação literária, artística ou ensaística, com temática referente ao séc. XIX em Portugal.

O restauro do Palácio de Monserrate

O Palácio de Monserrate, Imóvel de Interesse Público, constitui uma referência obrigatória da arquitetura do período romântico em Portugal, espelho de um ecletismo em que se cruza uma interpretação do gótico veneziano com influências indianas e mouriscas.

Em Maio de 2007, na sequência de uma bem-sucedida candidatura a subsídio do fundo EEA-Grants (maioritariamente financiado pela Noruega), a Parques de Sintra iniciou o processo de recuperação do interior do Palácio (as coberturas e fachadas tinham sido recuperadas em 2004), com o objetivo de o reabrir ao público, segundo o princípio de “abrir para obras”. As intervenções centraram-se na instalação de infraestruturas de energia e iluminação, aquecimento, água, saneamento, segurança e comunicações, bem como na instalação dos equipamentos para melhor acessibilidade.

Em paralelo, procedeu-se à conservação e restauro, à vista dos visitantes, da Biblioteca, Capela, Cozinha e fogão, Copa, Garrafeira, e Despensas e dos estuques decorativos e limpeza de cantarias. Este conjunto de trabalhos teve como objetivo dotar o Palácio de todos os requisitos essenciais ao seu correto funcionamento como polo de visita e como espaço para a realização de eventos – exposições, concertos, reuniões e conferências.

Os trabalhos de conservação e restauro prosseguem, espaço a espaço, dando continuidade às intervenções já realizadas. A intervenção foi concluída em Junho de 2010, tendo o projeto merecido já o prémio do Turismo de Portugal em 2010, na categoria de Requalificação de Projeto Público

O restauro do Chalet da Condessa d’Edla


O Chalet da Condessa d’Edla foi construído pelo Rei D. Fernando II e sua segunda mulher, Elise Hensler, Condessa d’Edla, entre 1864-1869, na zona ocidental do Parque da Pena, segundo o modelo dos Chalets Alpinos então em voga na Europa. Em Julho de 1999, na sequência de continuado abandono, o edifício foi alvo de um incêndio de origem alegadamente criminosa, que destruiu o interior, incluindo pavimentos e coberturas, deixando apenas as paredes de alvenaria de pedra a cal.

O projeto de reconstrução visou devolver o Chalet ao seu estado original, embora atualizando situações cuja deficiente execução (por exemplo, ausência de drenagens pluviais) assim o exigiu. O início dos trabalhos deu-se com o levantamento, limpeza e estudo dos escombros, bem como com o registo e seleção de salvados do incêndio, para eventual reintegração ou reprodução, e foram consolidadas as superfícies decorativas remanescentes. Simultaneamente, foi desenvolvido um minucioso modelo tridimensional em software CAD, reproduzindo todos os elementos e o sistema construtivo original, que apoiou o projeto de reconstrução/restauro.

Na primeira fase do projeto (também objeto de subsídio do EEA Grants), concluiu-se a reconstrução, até à fase de toscos – de paredes, pavimentos, coberturas, vãos e varanda – incluindo a consolidação estrutural e a instalação de infraestruturas de saneamento, energia, aquecimento, comunicações e segurança. Seguiu-se, com o Chalet sempre “aberto para obras”, a fase de restauro dos interiores com a pintura de madeiras e acabamento das superfícies, envolvendo o restauro e reintegração de elementos salvos, da qual se encontra já terminada a Sala das Heras. De salientar também a recuperação do portão e da Casa do Guarda do Chalet (acolhimento de visitantes e interpretação ambiental), com financiamento do Programa Operacional do Ambiente, nas traseiras da qual será construída uma cafetaria e instalações sanitárias para apoio a toda a zona. [Fonte: PSML]

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