
[Actualizado] Os utentes de saúde da antiga freguesia de Almargem do Bispo promovem amanhã, dia 9, uma nova acção de protesto contra o encerramento das extensões de Dona Maria, Sabugo e Almargem do Bispo. A concentração terá lugar pelas 9h, junto à extensão de saúde de Negrais, local onde a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT) quer concentrar o atendimento dos utentes das quatro unidades.
A iniciativa contará com o apoio da CDU, que decidiu suspender outras acções de protesto que tinha já anunciado para o mesmo dia junto às instalações afectadas. "A CDU participará nesta iniciativa de denuncia da incapacidade daquele equipamento em suportar os utentes abrangidos pelas extensões a encerrar, e reafirma a exigência de manutenção em funcionamento de todas as extensões de saúde que abrangem a população da União de Freguesias de Almargem do Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar."
Para a CDU, "a notória falta de condições das extensões do Sabugo, Dona Maria e Almargem, que funcionam já apenas a alguns dias de semana, não pode servir de pretexto para encerrar três serviços de saúde de proximidade sem antes criar uma alternativa condigna que não deixe ainda mais isoladas populações envelhecidas, sem transportes, privando-as do direito fundamental de acesso aos cuidados de saúde."
O movimento independente 'Sintrenses com Marco Almeida' divulgou também uma "Caminhada pela Saúde" para o dia seguinte, o feriado de 10 de Junho, com a intenção de ligar as localidades afectadas a Negrais, num percurso de cerca de 10 quilómetros, com concentrações em Sabugo, Dona Maria, Camarões, Aruil e Almargem do Bispo.
Na sexta-feira, algumas dezenas de utentes de Dona Maria cortaram a estrada municipal que atravessa a localidade, numa acção de protesto que contou com a presença do presidente da União de Freguesias, bem como do presidente da câmara, Basílio Horta, que interrompeu uma presidência aberta no Cacém, para demonstrar solidariedade para com os utentes.
Na ocasião, o autarca classificou de "desumana" a decisão do Ministério da Saúde e avançou que a Câmara de Sintra está disponível para contratar um médico para assegurar o funcionamento das unidades com encerramento anunciado. Basílio Horta recordou também que a câmara já pediu uma reunião de emergência ao ministro da saúde, mas disse continuar a aguardar resposta.
[Actualização] A ARS-LVT e o Agrupamento de Centros de Saúde de Sintra (ACES Sintra) não responderam aos pedidos de esclarecimento do Tudo sobre Sintra, mas em declarações à RTP, o director do ACES justificou que só em Negrais existem as devidas condições. “[Almargem do Bispo] era a freguesia mais mal servida de cuidados de saúde, e com as instalações de Negrais conseguimos dar a dignidade aos sintrenses. É deslocado, é verdade, mas é o único sítio onde podemos tecnicamente ter os nossos profissionais”, diz este responsável, que desafia a Câmara de Sintra a disponibilizar um transporte gratuito, já que tem “disponibilidade financeira para pagar a médicos e a funcionários”. [ver reportagem no Portugal em Directo da RTP]
© Luís Galrão/Tudo sobre Sintra
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