segunda-feira, 9 de junho de 2014

Utentes de Almargem do Bispo vão continuar a manifestar-se contra fecho de postos de saúde



[Actualizado] As populações das aldeias da antiga freguesia de Almargem do Bispo que viram hoje encerradas três extensões de saúde, com a concentração do atendimento na extensão de Negrais, prometem manifestar-se novamente, na quarta-feira, frente à sede do Agrupamento de Centros de Saúde de Sintra (ACES), em Massamá. “Voltamos as vezes que forem precisas, porque queremos os nossos postos de saúde abertos. Não temos transportes públicos, nem dinheiro para nos deslocarmos até Negrais”, assegurava ao início da tarde uma moradora de Dona Maria.



Durante a manhã, cerca de uma centena de moradores impediram a abertura da delegação de Almargem do Bispo da agora União de Freguesias de Almargem do Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar, tendo também ocorrido concentrações junto às extensões de Negrais e do Sabugo. Já com o apoio do executivo da junta de freguesia, liderado pelo socialista Rui Maximiano, que se manifestou solidário com a revolta dos utentes, e do vereador Pedro Ventura, da CDU, que se deslocou a Negrais e a Almargem para acompanhar os protestos, os manifestantes dirigiram-se para a sede do ACES-Sintra, em Massamá.

Após serem informados que não estava nenhum responsável do ACES presente (por motivos de férias e de “ponte”), um grupo de autarcas acabou por ser recebido por uma médica do agrupamento, a quem reiteraram as reivindicações das populações. "A mensagem ficou perfeitamente transmitida, mas não houve alteração de posição. Devido às férias do corpo clínico, apenas vão manter em funcionamento a extensão de Negrais, com duas médicas a tempo inteiro e outro médico a meio tempo, porque alegadamente não tem médicos para manter as restantes extensões", informou Rui Maximiano no final da reunião (ver vídeo anexo).

Já o vereador da CDU salientou a importância de manter a pressão "porque a saúde não é responsabilidade da freguesia nem da câmara municipal, mas sim do Ministério da Saúde, que deve ser confrontado com a necessidade de cuidados de saúde de proximidade". Pedro Ventura assegurou também que os autarcas eleitos permanecerão "solidários com as populações até se conseguir melhor saúde na freguesia e no concelho de Sintra". [ver acompanhamento dos protestos via Twitter] [reportagem na Saloia.TV]



[Actualização] Ao final da tarde, a Câmara de Sintra lamentou em comunicado que "continua aguardar uma resposta da ARS-LVT à proposta do presidente da autarquia, relativa à colocação de um médico de forma a evitar o encerramento das unidades de saúde em D. Maria, Sabugo e Almargem do Bispo." No mesmo documento, a autarquia admite que já recebeu da ARS-LVT "uma minuta com a proposta do contrato programa para a construção de uma nova unidade de saúde de cuidados primários, em Queluz" e que esta entidade "comprometeu-se a enviar, durante esta semana, uma carta de compromisso relativa à construção de mais três, sendo uma delas em Almargem no Bispo." [ver comunicado]

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