quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Câmara de Sintra abre hostilidades contra a empresa pública Parques de Sintra
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O executivo da câmara aprovou ontem o envio à Assembleia Municipal de quinta-feira da proposta de aquisição das ruínas do Hotel Netto [ver documento], um negócio que a empresa pública Parques de Sintra - Monte da Lua (PSML) estava prestes a concretizar. O presidente Basílio Horta decidiu exercer o direito de preferência que legalmente assiste à autarquia por o imóvel se situar na zona de protecção do Palácio Nacional de Sintra, e espera ficar não só com o edifício devoluto, mas também com o projecto de recuperação elaborado pela Parques de Sintra, que lá planeava criar um “hostel”, bem como com o financiamento comunitário já assegurado pela empresa junto do Estado.
O edifício devoluto, “símbolo da Sintra Romântica”, vai custar 600 mil euros, mas a Câmara ainda não sabe quando estarão concluídas, nem quanto custarão as obras de recuperação, que Basílio Horta acredita poderem ser realizadas pelos serviços municipais. A decisão da autarquia representa uma mudança de atitude em relação à PSML, que também tem a Câmara como accionista minoritária (15%) – os outros accionistas são a Direcção Geral do Tesouro e Finanças (35%), o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (35%) e o Turismo de Portugal (15%).
No mandato anterior, o presidente Fernando Seara apoiou o projecto da empresa, mas ontem, a Parques de Sintra foi alvo de fortes críticas por parte da nova maioria PS, PSD e CDU, que tem sete dos 11 lugares do executivo. Basílio Horta entende que “a Câmara não é menos que a Monte da Lua na recuperação do património” e que a empresa “já tem muito com que se entreter”, enquanto alguns vereadores, como Luís Patrício, do PSD, vão mais longe e acusam a Parques de Sintra de “prepotência” [áudio disponível através da imagem superior, no leitor ao fundo ou nesta ligação].
Apenas os quatro elementos da bancada do movimento “Sintrenses com Marco Almeida” votaram contra o negócio, por defenderem que “os 600 mil euros fazem mais falta ao apoio social que o executivo quer prestar”, e que “não faz sentido que a Câmara se queira substituir a uma entidade que é pública, e que tem comparticipação municipal em 15%”, diz o vereador independente Marco Almeida, que também recorda que a autarquia tem muito património para recuperar.
Em declarações à Lusa, o presidente do conselho de administração da PSML desdramatizou dizendo que o importante é que o edifício seja requalificado. "O nosso único interesse era remover a ruína da proximidade do Palácio da Vila. Se a câmara quer fazer isso, alivia-nos desse dever, porque encaramos sempre isso como um dever", diz António Lamas. O assunto será necessariamente discutido amanhã na primeira sessão da Assembleia Municipal neste mandato, e a relação entre as duas entidades será também discutida no próximo dia 2 de Dezembro, numa audiência pedida por António Lamas ao presidente da câmara. [artigo desenvolvido na edição de sexta-feira do Jornal de Sintra] [notícia no Região Online]
© Luís Galrão/Tudo sobre Sintra
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1 comentário:
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Muito obrigado pelo audio da reunião. Lamentável esta atitude de voltar costas à PSML, duas entidades que deveriam trabalhar em conjunto. É também lamentável a gafe de Basílio Horta em relação à Quinta da Amizade, referindo-se a ela como "Quinta da Alegria"...
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