sábado, 18 de janeiro de 2014

Recuperação dos danos do temporal de Janeiro de 2013 prolonga-se até ao Verão de 2014


© PSML/EMIGUS

Faz amanhã um ano que Sintra, sobretudo a serra, foi assolada por fortes chuvas e ventos ciclónicos de velocidades superiores a 120km/hora, num evento meteorológico extremo que afectou em particular o Parque da Pena, sob gestão da empresa pública Parques de Sintra - Monte da Lua (PSML). Ao todo, a empresa estimou prejuízos de cerca de 3 milhões de euros, que tem tentado ultrapassar com "trabalhos de reconstrução, remoção de árvores e replantação, efectuados com recursos próprios - receitas de bilheteiras, cafetarias, lojas e aluguer de espaços - e com o apoio da comunidade", lê-se num comunicado de balanço.

A 19 de Janeiro de 2013, a queda de cerca de duas mil árvores provocou o corte de estradas e caminhos, diversos muros e pavimentos foram danificados, e as infraestruturas de rega, energia e comunicações foram também em grande parte afectadas. Em termos de património construído, caiu uma árvore de grande porte sobre a bilheteira instalada na Casa do Guarda do Chalet da Condessa d’Edla [ver vídeo dos efeitos do temporal]. Os palácios da Pena e de Monserrate, Castelo dos Mouros e Convento dos Capuchos tiveram que ser encerrados três a quatro dias (devido a cortes nos acessos), o Parque da Pena durante nove dias, e o Chalet da Condessa esteve interdito até Abril.

"Imediatamente após o temporal, as equipas próprias de operadores florestais, jardineiros e cantoneiros avançaram, com a maior rapidez possível, no corte e remoção das árvores que bloqueavam os caminhos de acesso à serra e de circulação no Parque da Pena", recorda a empresa. Os trabalhos incluíram também a recuperação dos sistemas de drenagem de águas pluviais, calçadas e valetas, bem como em infraestruturas de energia, iluminação, comunicações e segurança. Foi reconstruída a Casa do Guarda do Chalet, aproveitando-se a oportunidade para alterar a organização interior do espaço, aumentando a área útil de trabalho e permitindo que hoje funcione não só como bilheteira mas também como loja. Desenvolveu-se também um projecto de recuperação dos muros (já terminado) e caminhos destruídos (já reabertos).

Falta limpar 24 hectares do Parque da Pena

"Dos 33 hectares afectados no Parque, garantiu-se desde logo a segurança dos visitantes removendo potenciais perigos. Os principais espaços de visita no Parque da Pena estão hoje limpos, tendo a Parques de Sintra recorrido às suas equipas internas, apoiadas por maquinaria florestal mas também pelos cavalos Ardennais, que efectuam trabalhos nas áreas de acesso difícil ou para as quais é menos indicada a utilização de máquinas. No total, foram removidas até ao momento cerca de 700 árvores, faltando ainda limpar cerca de 24 hectares no Parque, trabalho que prosseguirá em 2014".

Dado que, nos Parques da Pena e Monserrate, todas as árvores estão etiquetadas com código de barras, georreferenciadas e classificadas botanicamente, sabe-se que na Pena havia 35.000 e em Monserrate 18.000 árvores, sendo possível, no final da remoção de todas as árvores caídas, saber com rigor o número e a espécie das árvores atingidas. Em Novembro, reuniram-se condições para iniciar a reflorestação de algumas das áreas que, após os trabalhos de remoção de árvores e resíduos lenhosos ficaram mais expostas. Assim, foram já plantadas 285 árvores jovens de médio porte, incluindo abetos, cedros, juníperos, criptomérias, píceas, sequoias, pseudotsugas, tsugas, liriodendros, faias e tílias.

Também em Novembro, começou o projecto de recuperação do Sistema de Rega do Jardim da Condessa d’Edla e da Quinta da Pena, muito danificado no temporal, e que envolve a detecção e correcção de roturas na rede de rega, e a substituição de válvulas, electroválvulas e emissores de rega danificados. Por fim, serão reparados elementos como valetas, passagens hidráulicas e sumidouros, remates de canteiros, degraus e pavimentos, remata a empresa. [Fonte: PSML] [notícia no Expresso da Linha, no PÚBLICO e no Região Online]

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