terça-feira, 29 de abril de 2014

Projecto de conservação liberta peixes reproduzidos em cativeiro na ribeira de Colares


Boga-do-Sudoeste (Iberochondrostoma almacai)/Ilustração científica de Nuno Farinha

O Aquário Vasco da Gama, o Centro de Biociências do ISPA e a Quercus, vão proceder amanhã e dia 6 de Maio à libertação no meio natural de mais de um milhar de peixes reproduzidos em cativeiro, em acções na ribeira de Colares, em Sintra, já esta quarta-feira, e no rio Arade, em Alferce, Monchique, no dia 6. Os peixes a libertar pertencem às espécies Squalius pyrenaicus (escalo do sul; Em Perigo de extinção), no caso de Sintra, e Iberochondrostoma almacai (boga do sudoeste; Criticamente em Perigo de extinção), no caso do Algarve.

O projecto, que tem ainda como parceiros a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa e a Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, está em curso desde 2008 com o objectivo reproduzir e manter populações ex situ de algumas das espécies de peixes de água doce mais ameaçadas no nosso país. A reprodução em cativeiro está a ser desenvolvida no Aquário Vasco da Gama (organismo cultural da Marinha, em Algés) e em instalações do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) geridas pela Quercus, localizadas em Campelo, Figueiró dos Vinhos.

"Os repovoamentos serão efectuados em troços dos rios de origem (dos indivíduos inicialmente capturados para reprodutores) que apresentem características favoráveis à sobrevivência e reprodução dos peixes. Sempre que possível, estes troços encontram-se associados a projectos de recuperação de linhas de água, envolvendo cidadãos e entidades que localmente efectuam uma monitorização mais ou menos formal destas bacias hidrográficas", explica a Quercus.

Segundo os ambientalistas, os cursos de água nacionais "encontram-se sob forte pressão, estando muitos deles sujeitos a uma degradação extrema. Aos efeitos combinados das descargas de poluentes, urbanos e industriais, que contaminam os cursos de água com excesso de nutrientes, juntam-se verões prolongados e com pouca chuva, muitas vezes devastadores para os organismos fluviais. Adicionalmente, a proliferação de espécies invasoras, vegetais e animais e as más-práticas de intervenção nos habitats ribeirinhos, contribuem também para aumentar os riscos a que se encontram sujeitos, em termos de conservação, as nossas espécies de peixes dulçaquícolas". [Fonte: Quercus] [notícia no Diário Digital]

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