O Bloco de Esquerda desafia a Câmara de Sintra a “suspender” a elaboração do Plano de Pormenor da Abrunheira Norte (PPAN), conhecido como "Cidade da Sonae", e de “todos os planos que impliquem construção em áreas desocupadas”, até que esteja concluída a revisão do Plano Director Municipal (PDM).
O anúncio segue-se às recentes declarações do presidente da câmara, que afirmou que a versão do PPAN que esteve recentemente em consulta pública irá ter alterações e, em entrevista ao jornal PÚBLICO, disse mesmo que “nada será aprovado se tiver a consciência de que a população está contra e se não acreditar que vai melhorar a situação na zona”.
Apesar de considerar tratar-se de um desenvolvimento positivo, fruto da “cidadania activa” demonstrada durante o período de discussão pública, o BE alerta que as declarações, que foram interpretadas pelos moradores como um recuo da autarquia, “são vagas” e, por isso, defende a suspensão da elaboração deste e de outros planos urbanísticos.
Para o BE, esta opção “permitirá menos condicionalismo no debate estratégico sobre o território e na adopção de medidas para sua protecção. Neste período, o recurso a Planos de Pormenor deverá ser limitado a casos muito específicos, como a requalificação e ordenamento de áreas Urbanas (de génese legal ou não) ou das zonas industriais existentes.”
Em comunicado, o BE Sintra promete também “estar atento aos desenvolvimentos do processo, para que as alterações anunciadas não se traduzam em simples mudanças cosméticas, destinas apenas a aliviar a contestação generalizada a que o PPAN foi sujeito.”
A CDU, por seu lado, considera igualmente que o “recuo” da Câmara de Sintra “corresponde ao resultado do combate encetado pela população do concelho”, que mostrou “o seu desagrado com um projecto que apenas pretende viabilizar a chamada ‘Cidade da SONAE’", um empreendimento que também foi já criticado pelos comunistas.
O projecto submetido a consulta pública prevê, entre outros, a construção de uma grande superfície comercial de mais de 37 mil metros quadrados, dois hotéis, uma clínica de cinco andares, e dois parques urbanos, numa área de 70,5 hectares junto à Abrunheira, junto ao nó do IC19 com a A16. A proposta é considerada excessiva pelos moradores das freguesias mais afectadas, que constituíram um movimento informal que já juntou mais de duas mil assinaturas numa petição contra o empreendimento.
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