quinta-feira, 26 de março de 2015

Executivo aprova contas de 2014, mas oposição fala em “austeridade levada ao extremo”



O executivo municipal aprovou na terça-feira, por maioria, as contas de 2014, ano que terminou com um saldo orçamental de 48,4 milhões de euros, uma poupança corrente de 37 milhões e um resultado líquido de 24,5 milhões. Estes resultados “colocam a câmara na primeira linha das instituições públicas mais solvíveis do país”, salienta o presidente da câmara.

Segundo a vereadora responsável pelas finanças do município, Piedade Mendes, a taxa de execução de receitas atingiu os 101% (161,6 milhões, para uma previsão de 160), enquanto a execução da despesa foi de 77% (perto de 123 dos 160 milhões orçamentados), números que considera revelarem “bons resultados”.

No entanto, não houve unanimidade na análise dos documentos de prestação de contas, que ainda terão de ser discutidos e votados na sessão de Assembleia Municipal agendada para dia 16 de Abril. Os quatro vereadores sem pelouro do movimento Sintrenses com Marco Almeida admitem que as contas foram “exemplarmente preparadas do ponto de vista financeiro e técnico”, mas consideram que o saldo foi “um desastre quanto às opções políticas”.

Numa longa intervenção, reproduzida mais tarde em comunicado, o vereador Marco Almeida acusou a actual gestão municipal (PS, PSD e CDU) de aplicar uma “estratégia de enriquecimento dos cofres do município, à custa dos contribuintes”, queixando-se sobretudo da “austeridade levada ao extremo, com uma das taxas de impostos mais elevadas da Área Metropolitana de Lisboa”.

“Podemos aplicar ao executivo as mesmas palavras que o secretário-geral do PS tem dirigido ao governo: um município com os cofres cheios e os sintrenses com os bolsos vazios”, afirma o ex-vice-presidente da autarquia, agora independente, que propõe uma redução efectiva dos impostos no próximo orçamento, de forma a “repartir a riqueza gerada com os contribuintes que se sacrificaram para a concretizar e que esperavam, no mínimo, algum investimento no concelho”.

No final, apesar das críticas, a bancada independente optou pela abstenção como “posição de equilíbrio entre o reconhecimento pelo rigor e o distanciamento quanto à estratégia política”. Em resposta, o presidente Basílio Horta disse estar de “consciência tranquila sobre a forma como foi gerido cada cêntimo” e considerou que a oposição já “está em campanha eleitoral para 2017”. Saiba mais na edição de amanhã do Jornal de Sintra.

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