O presidente da Câmara de Sintra quer aumentar a participação accionista do município na Parques de Sintra – Monte da Lua, a sociedade anónima de capitais públicos da qual detém apenas 15%, e ter uma palavra na escolha do próximo presidente do conselho de administração. “É altura de podermos dizer que queremos 50% e um presidente nomeado por acordo entre a câmara e o governo. Parece-me lógico, equilibrado e correcto”, defendeu ontem Basílio Horta na Assembleia Municipal.
Questionado pela bancada do movimento Sintrenses com Marco Almeida (SCMA), o autarca revelou-se preocupado com as notícias da saída do actual presidente do conselho de administração, António Lamas, apontado como futuro presidente do Centro Cultural de Belém, embora tenha avançado que a decisão não estará ainda tomada. “Espero não estar a cometer uma inconfidência, mas o professor Lamas telefonou-me para me dizer que as notícias que saíram têm fundamento, mas que não há ainda uma decisão final dele”. António Lamas (na foto) está no último ano do terceiro mandato e terá, segundo os estatutos, de deixar a administração da empresa até Maio de 2015.
A eventual saída antecipada, diz o presidente da câmara, “não é boa para Sintra”. “Temos tido uma relação por vezes tensa, mas respeitamos muito o seu trabalho em prol das jóias do concelho, que se vierem a ser maltratadas nos prejudicam enormemente”, considera Basílio Horta, preocupado com a escolha do sucessor. “É uma nomeação da maior importância e a câmara não abdicará de se pronunciar. Assim que houver uma decisão do professor Lamas, pediremos imediatamente uma reunião ao ministro do ambiente para transmitir a necessidade de uma escolha consensual, com base na capacidade técnica, no conhecimento e no amor a Sintra”.
A maior bancada da oposição revelou igual preocupação com a saída de António Lamas e com “a participação percentual ridícula” que a autarquia tem actualmente na Parques de Sintra. “Devia ser claramente alargada, para que a influencia da câmara seja maior, porque a empresa gere o essencial da oferta cultural e turística deste concelho", disse António Capucho. Quanto à escolha do novo administrador, o líder do movimento SCMA na assembleia municipal apelou à pressão de Basílio Horta sobre o Governo. “Espero que tenha a capacidade política para impedir uma substituição como as que conhecemos, com critérios meramente partidários que neste momento não podem ser aceites. Sei que vai actuar nesse sentido”.
A Parques de Sintra – Monte da Lua é uma sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos que foi criada no ano 2000, na sequência da classificação da Paisagem Cultural de Sintra como Património da Humanidade. Actualmente, o Estado, através da Direcção-Geral do Tesouro, detém 35% da empresa, a mesma percentagem do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, enquanto o Turismo de Portugal e o município de Sintra detêm 15% cada. [ver notícia no Cidade Viva]
© Luís Galrão/Tudo sobre Sintra
Notícias relacionadas:
'Belém não é Sintra mas, se é para mudar, Lamas pode ser a pessoa indicada'
'António Lamas apontado ao CCB'
Sem comentários:
Enviar um comentário
Os comentários devem observar as regras gerais de “netiqueta”. No âmbito da moderação em vigor, serão eliminadas mensagens ofensivas, difamatórias, xenófobas, pornográficas ou de cariz comercial.