A Casa do Fauno acolhe em Sintra, no dia 19 de Maio, o colóquio Endovélico - Mistérios de uma Divindade Lusitana. Este evento, inédito no nosso país, contará com a participação dos arqueólogos Amílcar Guerra e Manuel Calado, da Universidade de Lisboa, e dos investigadores Manuel J. Gandra e Gilberto de Lascariz.
Na região do Alto Alentejo, no Alandroal, há quase dois milénios atrás, existiu um importante santuário romano dedicado ao deus lusitano Endovélico. Apesar das largas dezenas de achados votivos romanos, identificados e recolhidos por Leite de Vasconcelos em 1890, e das descobertas recentes, resultantes das escavações efectuadas pelo arqueólogo Amílcar Guerra em 2002, muitas questões sobre Endovélico continuam ainda hoje sem resposta.
Na década de 1990, Manuel Calado, ao elaborar a Carta Arqueológica do Alandroal, deu a conhecer o santuário lusitano da Rocha da Mina, situado a cerca de 3 km do templo romano, e lançou a hipótese deste ter sido o primitivo templo lusitano de Endovélico. As inscrições romanas contam-nos que esta era uma divindade com poderes curativos e, por isso, comparável ao deus romano Esculápio, existindo no local a prática da incubatio pelos seus seguidores, na qual o devoto dormia na morada terrena do deus, solicitando a resposta aos seus problemas e maleitas através dos sonhos. Teria, inclusive, existido um corpo sacerdotal, que prestaria auxílio nestes processos oníricos e salutíferos.
Para além da abordagem arqueológica, este colóquio transdisciplinar privilegiará igualmente uma interpretação simbólica das antigas divindades galaico-lusitanas pré-romanas pelo investigador Manuel J. Gandra, assim como uma visão iniciática sobre o culto de Endovélico, pelo investigador Gilberto de Lascariz, que na sua obra Deuses e Rituais Iniciáticos da Antiga Lusitânia dedicou um capítulo a um estudo esotérico sobre esta divindade. Mais informações em www.casadofauno.wordpress.com. [Fonte: Zéfiro/Casa do Fauno]
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