sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Independentes e PS trocam acusações pelo encerramento da fábrica da Siemens no Sabugo


Foto © Google Maps

O alegado encerramento da fábrica de transformadores da Siemens no Sabugo, denunciado ontem pelo vereador Marco Almeida, deu azo a uma troca de acusações entre os independentes liderados pelo ex-vice presidente da autarquia, que lamentam este “encerramento brutal”, e a concelhia do PS, partido vencedor nas últimas eleições, que não esclarece qual a situação actual da fábrica, mas responsabiliza o anterior executivo.

O Movimento Sintrenses com Marco Almeida, a segunda força mais votada nas autárquicas de 2013, exigiu hoje em comunicado uma explicação do actual presidente da câmara, Basílio Horta, que acusa de passividade e “pura demagogia” durante o último ano. “O grupo alemão encerrou definitivamente a unidade industrial que detinha no concelho desde 1964 e extinguiu cerca de 200 postos de trabalho directos e muitos outros indirectos perante a absoluta e inaceitável passividade da câmara”, lamentam os independentes.

Até ao momento, nem a câmara nem a empresa responderam aos pedidos de esclarecimento do Tudo sobre Sintra, mas a concelhia do PS publicou hoje um artigo no qual devolve as responsabilidades ao executivo social-democrata liderado por Fernando Seara, que contava com Marco Almeida como vice-presidente. “A demagogia parece não ter limites para o ex-vice presidente. (…) A decisão da Siemens de encerrar a sua unidade foi tomada durante o seu mandato", recorda o PS, que assegura que "ainda no período pré eleitoral, o actual presidente tomou a iniciativa de iniciar diligências junto da empresa e entidades governamentais no sentido de indagar o que seria necessário para inverter essa decisão”.

Segundo os socialistas, a informação disponível após reuniões com representantes dos trabalhadores e com o presidente da Siemens Portugal era a de que “o encerramento seria apenas parcial, devido à desactualização tecnológica do sector que iria ser transferido” e de que “os direitos dos trabalhadores seriam sempre salvaguardados.” No entanto, a concelhia socialista não avança qualquer informação sobre a situação actual da fábrica, nem sobre o destino dos quase 200 trabalhadores.

Relativamente às críticas de Marco Almeida, o PS “lamenta a atitude de desresponsabilização do ex-vice presidente, esquecido da sua responsabilidade, não só neste encerramento, mas na deslocalização de dezenas de empresas no seu mandato”. Os socialistas acusam mesmo o autarca de ter “desbaratado milhões de euros sem estratégia, sem projectos e sem uma visão que contribuísse para tornar Sintra um concelho de futuro”, um caminho que dizem ter sido invertido pelo actual presidente.

© Luís Galrão/Tudo sobre Sintra

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5 comentários:

  1. Tomo a liberdade de fazer notar que o Sr. Dr. Marco Almeida não denunciou, ontem, coisa nenhuma!
    O encerramento da velhinha Motra-Siemens está decidido há algum tempo, sendo mesmo conhecidas, as propostas de rescisão da administração da empresa, aos trabalhadores.
    Quanto às responsabilidades e à demagogia, lembro-me da minha avó Maria quando dizia "Vistas ambas as partes...".
    Cordialmente,

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  2. Foi neste ultimo ano (2014), que a Siemens Alemanha tomou a decisão de fechar as portas da sua filial no Sabugo e não antes disso!!! Portanto com este Presidente da Camara. Existem na Net notícias sobre esse facto, façam um favor a vocês próprios e pesquisem...

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    1. A decisão de fechar esta fábrica talvez tenha sido tomada em 2013 ou mesmo antes. A opinião publica não teve conhecimento, e o poder politico pouco ou nada fez, que se saiba. Para além de afetar as pessoas que lá trabalhavam, mais os indiretos, é o país que perde e não é pouco. Uma industria deste tipo dificilmente se voltará a erguer no nosso país.

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  3. Caso exista uma tempestade em Portugal que afete fortemente os postos de transformação e subestações, quero ver onde a EDP e demais vão buscar capacidade para reparar as máquinas entretanto danificadas. A EFACEC somente não terá capacidade. A Espanha, à China, à Índia. O encerramento desta unidade fabril é um erro estratégico gigantesco.

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  4. Quantas máquinas (de outras fábricas do grupo, claro está) é que esta empresa já vendeu depois do encerramento desta fábrica? Será ZERO, ou próximo disso.

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