A CDU exigiu hoje "a revogação das concessões rodoviárias à Vimeca e Scotturb e o regresso do serviço de transportes rodoviários na Área Metropolitana de Lisboa (AML) à esfera pública." A posição surge após as empresas terem anunciado que vão deixar de aceitar os passes sociais, uma decisão que a CDU considera "desprovida de sentido e de argumentos, considerando que o Governo procedeu ao pagamento das verbas em atraso", e que "um ataque ao serviço público de transportes, serviço essencial para o bem-estar das populações do concelho".
A situação está a ser acompanhada com preocupação pelas várias candidaturas, incluindo pela coligação "Sintra Pode Mais" (PSD, CDS-PP e MPT), que hoje saudou a posição de força do Governo. "Acho muito bem que o Governo obrigue a Vimeca a cumprir a sua função social. O poder económico também tem que pensar que neste momento, além da sua função natural, que é criar empregos e riqueza, tem uma função social de protecção às pessoas. Porque neste momento as pessoas já não podem mais", disse o cabeça de lista Pedro Pinto à margem de uma iniciativa de campanha.
Também hoje, o candidato do PS criticou a postura da empresa ao usar o passe social como arma negocial com o Governo. "A Vimeca não pode utilizar o fim do passe social e o prejuízo dos utentes como arma negocial. Isso não é admissível. Os sintrenses correm o risco de serem discriminados em relação a outros municípios", afirmou Basílio Horta. O deputado socialista independente apelou ainda ao diálogo em defesa do interesse dos utentes, sem esquecer "os interesses legítimos da operadora".
O candidato do BE, por seu lado, considera que a suspensão do passe social nestas empresas resulta da "irresponsabilidade dos poderes públicos". "Desde março que alertámos o Governo para esta circunstância que é profundamente negativa para as populações", diz Luís Fazenda, que alerta também para a situação de discriminação sobre os utentes de Sintra. "A população do concelho tem que ter acesso a esse passe social, até porque não pode ser discriminada em relação à população da AML que tem direito a esse passe intermodal", afirmou ontem o candidato durante uma ação de campanha na estação ferroviária de Queluz (ver folheto).
Apesar do aviso de que deixariam de aceitar os passes a partir de hoje, as empresas decidiram dar aos passageiros um prazo de tolerância até sexta-feira, e poderão mesmo rever a posição final em resposta à portaria publicada na quarta-feira pelo Governo. O documento estabelece que as operadoras de transportes públicos são obrigadas a disponibilizar passes intermodais sob pena de ver suspendido o pagamento das compensações financeiras. [Fontes: BE, CDU, PS e LUSA] [notícia na Rádio Renascença, no Sol, na TVI24]
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