Comunicado: "A 11 de Dezembro, a CP implementou novos horários no transporte ferroviário. Pelos aspectos negativos que comportam, a Comissão de Utentes da Linha de Sintra (CULS), a bem da melhoria da qualidade de transporte ferroviário na Linha de Sintra e em defesa dos utentes, não pode deixar de tomar posição no sentido de confrontar a CP com todos os problemas que tais alterações acarretam.
Primeiro, a CULS não pode deixar de referir a barafunda que se instalou na distribuição dos novos horários, rapidamente esgotados na maior parte das estações da Linha de Sintra, acrescida do facto dos horários de fins de semana e feriados ainda não estarem em distribuição porque a CP não tomou as devidas providências.
Segundo, a CULS entende que a justificação avançada pela CP de que a implementação destes horários tinha a ver com a «adaptação aos horários de inverno e face ao final das obras na linha de Sintra e às conclusões de um estudo de mercado» é, no mínimo, caricata. Será que a CP não está a par do que acontece nesta Linha? Será que desconhece que a finalização das obras, prevista para Agosto deste ano, tem passado por vicissitudes várias, e que, para mal dos utentes, comerciantes e munícipes das zonas contíguas às estações ferroviárias de Agualva-Cacém e Massamá-Barcarena tais obras se encontram paradas e sem fim à vista?
Terceiro, a CULS destaca os aspectos negativos causados pelos horários agora em vigor:
• A partir de Sintra e Mira Sintra-Meleças, da abertura da Linha até às 10h da manhã, a imposição dos novos horários implicou a redução de oito comboios;
• A redução em uma UQE (unidade quádrupla eléctrica) a circular entre as 10h e as 16h é inadmissível pelas grandes enchentes que provoca nos comboios a circular neste período;
• A Linha, ao encerrar mais cedo, em média 30 minutos, origina uma situação extremamente gravosa para milhares de utentes que trabalham por turnos;
• Durante a semana não existe articulação efectiva entre comboios provenientes da Linha de Sintra e os de Alcântara-Azambuja para comboios com destino a estações para lá da estação do Oriente;
• Em horas de ponta a cadência dos comboios na Linha de Sintra passou de 10 minutos para 15 minutos e ao fins de semana e feriados passou de 20 minutos para 30 minutos. Dado que os comboios já circulavam exageradamente cheios, estas são medidas a causar ainda maior desconforto aos utentes.
A CULS insiste em dizer que diariamente os horários dos comboios são desrespeitados, o que só vem revelar a incapacidade da CP e do Ministério da Tutela em resolver este problema que ao longo de dezenas de anos tem lesado a vida diária dos 200 mil utentes da Linha de Sintra.
A única nota que vem ao encontro de uma exigência antiga da CULS está relacionada com o facto dos novos horários terem incluído comboios de Sintra para a linha da Cintura e vice-versa.
É ainda preocupação da CULS se estes novos horários terão sido devidamente articulados entre a CP e as operadoras rodoviárias de modo a que os utentes percam o menor tempo possível em transportes.
Não obstante os títulos de transportes terem preços exorbitantes para a bolsa dos utentes, o que é certo é que a qualidade do transporte deixa a desejar no que concerne à segurança de pessoas e bens, higiene e limpeza, nos sistemas de conforto do material circulante (ar condicionado e iluminação). Esta é uma vertente que a CULS vem alertando, há longos anos, a CP e a Tutela, mas sem os resultados práticos que seriam desejáveis.
Naturalmente, que todas estas questões terão efeitos perversos na estabilização do número de utentes da linha, cujo número tem vindo a reduzir desde há perto de 20 anos, de 270 mil para os actuais 200 mil. É todo este conjunto de problemas que leva a CULS a solicitar uma reunião ao Secretário de Estado dos Transportes.
Comissão de Utentes da Linha de Sintra"
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