Marco Almeida promete “levar até ao fim” a candidatura suprapartidária à presidência da Câmara de Sintra

O actual vice-presidente da Câmara de Sintra lançou ontem a candidatura às próximas eleições autárquicas, mesmo sem o apoio do seu partido, o PSD. “A minha candidatura parte de uma convicção pessoal e é para levar até ao fim, não tenho amarras a não ser com a minha consciência”, afirmou Marco Almeida no final da sessão que decorreu no ginásio da Escola Secundária Gama Barros, no Cacém.

Perante uma plateia com mais de mil pessoas, o autarca apresentou o seu trajecto pessoal e político, sempre com emoção, e partilhou algumas das ideias para o concelho. Além da manutenção do trabalho “imprescindível” na área social, Marco Almeida pretende dar especial atenção ao ordenamento do território, área que “pode ser a catapulta para o desenvolvimento económico.” Destaque ainda para os SMAS, que deverão manter-se na esfera municipal, porque a “água não é negociável”.

No discurso, Marco Almeida não escondeu a filiação partidária, mas assumiu “a distância ideológica com o presente”, acusando o PSD de “virar as costas às pessoas”. “Vivemos uma crise financeira, social e económica, todos nós sentimos isso no dia-a-dia e temos conhecidos que estão no desemprego. O Governo tem de estar atento a essa realidade, porque nem tudo pode ser feito tendo por princípio os números da execução orçamental. Primeiro as pessoas, tal como dizia Sá Carneiro”, defende.

Outra crítica importante foi para a reforma administrativa, medida com a qual diz não concordar. “Em 2001 fiz uma proposta para a criação de quatro freguesias em Agualva-Cacém. Há seis meses publiquei um texto no Facebook onde dizia claramente ser contra a reforma administrativa, porque acho que ela não constitui uma oportunidade para o concelho de Sintra, ela pode ser um verdadeiro desastre, afastando os eleitos dos eleitores”.

Quanto à escolha da distrital do partido, o autarca diz que não está preocupado. “A candidatura de Pedro Pinto é uma decisão da distrital que terá ainda de ser ainda ratificada pela direcção nacional. Mas essa não é uma preocupação minha. Preocupo-me com aquilo que posso e devo fazer para em 2013 ter um resultado positivo e de vitória para a Câmara de Sintra”. O candidato admite ter mantido contactos com “forças partidárias que estão na Coligação Mais Sintra” (PSD/CDS-PP/PPM/MPT), mas deixa o aviso de que "a candidatura não se vai subjugar a nenhum interesse partidário”.

No final da sessão, Marco Almeida desvalorizou algumas ausências, como a de Fernando Seara, preferindo salientar a presença de presidentes de junta de freguesia independentes eleitos nas listas da Coligação Mais Sintra, de dois presidentes de junta do PS (António Barbosa de Queluz e Fátima Campos de Monte Abraão) e ainda de presidentes de junta militantes do PSD, entre outros autarcas das assembleias de freguesia e dos executivos. A cerimónia contou ainda com a presença dos vereadores Luís Duque (CDS-PP), Ana Duarte e Paula Simões (PSD).

© Luís Galrão/Tudo sobre Sintra

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