quinta-feira, 21 de março de 2013

Fernando Seara alerta para "risco de massificação turística" em Sintra



O presidente da Câmara de Sintra alerta que é preciso “criar todas as condições para preservar e não pôr em causa a classificação” de Património da Humanidade atribuída pela UNESCO a Sintra em 1995. Um dos principais riscos já identificado, e que está a acontecer em alguns dos sítios mais visitados do Mundo, é a massificação turística. “A chamada limitação de visitantes vai-se pôr a curto prazo em alguns dos nossos sítios. Não vale a pena iludirmo-nos”, diz.

Num debate sobre a Paisagem Cultural de Sintra realizado na terça-feira no âmbito da revisão do Plano Director Municipal (PDM), Fernando Seara recordou “as relações diplomáticas a alto nível” que foram necessárias junto da UNESCO “para [Sintra] não perder a classificação” e as “responsabilidades financeiras pessoais” que alguns tiveram de assumir para garantir a recuperação de palácios como o de Monserrate.

Seara recordou também episódios como o da Pensão Bristol, cujas obras de reabilitação foram embargadas devido ao incumprimento do Plano de Groer, e só foram desbloqueadas com alguma “engenharia jurídica e reengenharia do projecto”; ou o processo de revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural Sintra-Cascais, momento em que foi necessário “criar um ponto de equilíbrio entre lógicas da preservação e as lógicas do desenvolvimento”.

No debate promovido pela Divisão municipal do PDM no Palácio Valenças, Fernando Seara salientou ainda o papel da empresa pública Parques de Sintra – Monte da Lua (PSML) e a necessidade de manter a sua capacidade financeira num cenário em que alguns impostos municipais irão ver as receitas descer. “Façam tudo para manter todo o dinheiro de Sintra na PSML para que a paisagem não seja afectada”, apelou numa intervenção em jeito de balanço, mas também de despedida do concelho a que preside há quase 12 anos.

© Luís Galrão/Tudo sobre Sintra

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